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A marca de Ertiz - Parte I

Atualizado: 23 de set. de 2018

O Templário seguia com seu discurso

- Os exércitos de Hasen continuarão avançando, varrendo tudo o que há em seu caminho. Não sobrará pedra sobre pedra, suas casas serão saqueadas, seus familiares mortos, precisamos tomar uma atitude já! Se não nós, ninguém mais conseguirá.


Templários não mentem, a menos que acreditem na mentira.. E esse era o caso, aquele pobre homem de Deus ainda acreditava que eles eram capazes de evitar o fim trazido por Hasen, mas a multidão não tinha a mesma fé, afinal se os cinco pereceram perante ele, quem mais poderia evitar?


- O que vamos fazer!? Nem Varnir e seus irmãos puderam com eles! - Gritava a multidão, a maioria queria se entregar.


O templário porém sabia, que se entregar era o mesmo que assinar a sentença de morte, afinal Hasen vinha de uma distante terra, além dos mares de Albar, onde homem nenhum que foi voltou. O gigantesco exército desbravador acabava com tudo o que existia, não tinham clemência, matavam qualquer um, velhos, crianças e até os animais. Hasen era muito poderoso, seus feitiços nunca antes haviam sido vistos, sua força era igualmente incrível, e um por um ele derrotou os cinco.


- Entendam meus irmãos, Hasen não é daqui, ele não tem misericórdia conosco, e não haverá clemência ao brandir sua espada contra nós, é preciso lutar para sobreviver, sem luta, só existe uma saída, e esta é a morte.


Mais murmúrios.. Ao fundo atrás do Templário, onde a escuridão o protegia de olhares curiosos, um homem se levantou. Alto e forte ele foi até ele e pondo a mão em seu ombro, fazendo com que ele o olha-se com seu semblante triste, o templário abaixou a cabeça, e deu espaço ao homem.


- Povo de Albar! Não podemos obrigar ninguém a lutar por nós, mas nós lutaremos por vocês, até que apenas nossos corpos restem no campo de batalha, e nosso espírito já esteja com o grande. - Era Ewen, o Santo, o mais famoso dos clérigos de Cellawér, ele estava na batalha entre os exércitos, junto dos cinco. Sua fama era grande, e então eu pensei:


“Será que ele, Ewen o Santo, pode remover esta maldição?”.


O povo ficou em silêncio quando ele terminou, eles o respeitavam e sabiam que Ewen era um homem de palavra. Então ele continuou:


- Nosso exército hoje é menor, e por isso iremos atrás daqueles que queiram se juntar a nós. Os cinco se foram sim, mas ainda temos muitos soldados dispostos a morrer por Albar.


- Ewen! - Gritou um homem entre a multidão - Confiamos em você, mas não nos subestime, com os cinco mortos, acha mesmo possível que tenham chances?


- Não! - Não pude mais me conter, não importava afinal. Todos os olhares agora se concentravam em mim, foi então que removi o capuz do velho manto marrom e andei na direção do povo.


Os murmurios aumentavam enquanto a multidão abria espaço para mim. Então continuei:


- Os cinco não morreram! Pelo menos não todos eles.


- Na multidão já pude ouvir ao fundo:


“É Ertiz, o Último.” - Triste coincidência, o último a surgir, o último também a restar de pé.


- Ertiz?! - Gritou Selena atrás de Ewen, a general não podia acreditar que um dos cinco ainda respirava, e estava ali, em sua frente.


- Sim General, sou Ertiz, o Último! Não mais porém por ser o mais novo de meus irmãos, mas agora por ser o único que ainda não encontrou o Grande!


- O que houve lá Ertiz?! E como pode ter escapado?! - Perguntou agora o Templário junto de Selena e Ewen.


Eu adoraria responder aquela pergunta, afinal por que Hasen não me matou como fez com os outros? O problema é que nem eu sabia a resposta, mas seja qual fosse porém, Hasen preferiu me manter vivo, e não bastando a dor de viver sem aqueles que amava, a estranha marca negra ardia em minha pele a cada segundo, me fazendo pensar o que era aquilo que preenchia meu braço como uma amaldiçoada tatuagem.

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